Cliente do BPN assaltado diz que ladrão parecia de "brincadeira"

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Júlia Carvalho, uma moradora das Cortes, Leiria, "ia activar um cartão" na dependência local do Banco Português de Negócios (BPN), ontem cerca das 09.05, mas já não o fez. O banco estava a ser assaltado por dois homens armados.

Entrou e quando se dirigia ao balcão diz que achou "estranho não ver ninguém". Os quatro funcionários "estavam lá atrás" e ao aproximar-se viu "um homem de bata branca junto às caixas". Este, empunhando uma arma "pequenina", mandou-a encostar-se à parede, relata ao DN. "Não parecia um assalto", diz Júlia Carvalho. "Pensei que estavam a fazer um teste, daqueles para ver se eles estavam preparados", explica.

Logo que viu o homem de bata diz que lhe pareceu "um assaltante de brincadeira" e que começou a rir-se, porque achou que "a arma era de plástico". Foi continuando a conversar até que ele a ameaçou. Viu, então, que o bolso do peito da bata tinha escrita a palavra Volvo. O homem, além da bata "usava óculos escuros e uma peruca na cabeça".

Mas Júlia só tomou consciência de que estava mesmo no meio de um assalto quando viu que "o gerente tinha um ar muito preocupado".

Na parte de trás ouviu, então, outra voz de homem que gritava, "com palavrões", para o que estava na caixa se "despachar a tirar o dinheiro". Júlia viu "tirar um maço de notas de dez euros e outro de cinco". Depois - conta -, "ele meteu o dinheiro dentro de um saco de plástico que já tinha coisas lá dentro".

"Uns dez minutos" depois, segundo as contas desta testemunha, os assaltantes saíram da dependência e ainda se cruzaram com um cliente que estava a entrar e levou "um encontrão". O gerente ainda "foi atrás deles, viu o carro em que entraram e tirou a matrícula". Tinham deixado o veículo próximo da porta do banco que fica numa rua estreita, embora seja a artéria principal da localidade.

Na loja de roupas contígua, Isabel ainda viu os dois homens na rua mas não deu qualquer importância porque "passa muita gente". "Depois vieram os polícias, uns sete ou oito sem farda e dois ou três fardados", garante. Cá fora "nenhum dos assaltantes vestia bata", disso tem "a certeza". Júlia diz que "eles devem ter pouco mais de 40 anos". Além dos óculos escuros, um deles, "o que não vinha de bata, tinha um pano amarelo a tapar-lhe a boca". "Ainda vinha a colocá-lo quando o vi atrás de mim", afirma.

Contactado pelo DN, o BPN não comenta o assalto. Fonte da PJ disse à Lusa que os dois homens estarão indiciados por outros assaltos.|

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